O Theatro da Paz, em Belém, recebe, nos dias 5 e 6 de agosto, a Cia de Ballet Dalal Achcar, com a montagem “A Floresta Amazônica”, de Dalal Achcar, um dos maiores nomes do balé nacional, revolucionando a história da dança no Brasil, apresentada pelo Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. O espetáculo foi escrito em 1958 e a música é uma sinfonia emblemática que retrata de forma única a exuberância da Amazônia.
Com seus bailarinos e solistas, entre paraenses selecionados por audição, o Ballet vai apresentar o espetáculo que reforça o sentimento de brasilidade e reverencia os 64 anos de morte do compositor, instrumentista e regente Heitor Villa-Lobos.
A primeira versão da obra, criada pela coreógrafa Dalal Achcar em 1975, estreou no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com os bailarinos da Associação de Ballet do Rio de Janeiro, tendo como protagonistas David Wall e a grande primeira-bailarina do Royal Ballet, Dame Margot Fonteyn. Agora, quarenta e oito anos depois de sua estreia, “Floresta Amazônica” abre a temporada no Theatro da Paz e se apresenta em Belém.
A montagem tem concepção, coreografia e mise en scène de Dalal Achcar – que trabalhou movimentos diferentes e inesperados dentro do universo do ballet clássico e inseriu ginástica natural e acrobacia – com cenários de Hélio Eichbauer, figurino de Jose Varona e Dalal Achcar e iluminação de Maneco Quinderé, somos transportados para dentro do coração da floresta.
Enredo
“Floresta Amazônica” é um balé em dois atos, conta a história do romance entre um homem branco e uma deusa indígena da floresta, que, por amor ao estrangeiro, transforma-se em mulher. A paixão entre eles é vista pelos índios como profana. Entretanto, é este amor que salvará a floresta da destruição causada por exploradores que invadem a aldeia em busca de plantas e aves raras.
A música de Heitor Villa-Lobos
Villa-Lobos foi inspirado por sua experiência pessoal na Região Amazônica, onde viveu por um período durante sua juventude. De acordo com sua biografia, ele ficou fascinado pelo ambiente exótico, a rica fauna e flora, e a cultura indígena que permeava a floresta. Essa admiração profunda levou o compositor a compor “A Floresta do Amazonas”, uma sinfonia que retrata a exuberância e a energia vital da maior floresta tropical do mundo.
A peça é dividida em várias partes, cada uma com uma atmosfera única e evocativa. Ela começa com uma seção chamada “Introdução”, que apresenta um tema majestoso, como uma preparação para a imersão nessa vasta floresta. Em seguida, vem a “Série dos Pássaros”, uma seção na qual Villa-Lobos utiliza instrumentos de percussão para imitar os diversos cantos e sons dos animais da Amazônia. Essa parte é considerada uma das mais impressionantes da obra, pois transmite a sensação de estar cercado pelos sons da natureza.
Outras seções notáveis incluem “Festa no Sertão”, um momento festivo com referências à cultura popular brasileira, e “Danças”, que combina elementos folclóricos com a música clássica, criando um movimento animado e ritmicamente empolgante. A peça culmina com um final grandioso e triunfante, encerrando a jornada musical pela Floresta Amazônica.
“A Floresta do Amazonas” é uma obra única que destaca a capacidade de Villa-Lobos de fundir elementos da música erudita ocidental com os ritmos e melodias da música popular e folclórica brasileira. Ela representa uma busca em trazer a natureza e a cultura brasileira para as salas de concerto, uma das marcas distintivas do estilo composicional de Villa-Lobos.
A música de Villa-Lobos, e em particular “A Floresta do Amazonas”, foi fundamental para consolidar o reconhecimento e a importância da música brasileira no cenário internacional. A obra é considerada um ponto alto de seu legado, retratando a riqueza e a diversidade do Brasil e da Amazônia de maneira vívida e emocionante.
SERVIÇO:
Dia 05 de agosto às 20h; Dia 06 de agosto às 18h
Theatro da Paz
Praça da República, Rua da Paz S/N – Campina – Belém
ENTRADA FRANCA
Lotação total: 728 lugares