Ao longo de 44 anos, a Via Sacra do Anjo da Guarda se firmou como um dos maiores espetáculos comunitários do Maranhão, indo além do teatro para se tornar um símbolo de resistência, identidade e transformação social. Criada pelo Grupo Grita e com apoio do Instituto Cultural Vale, a encenação usa o Teatro Comunitário como ferramenta de diálogo e reflexão, conectando a Paixão de Cristo às vivências, lutas e conquistas da comunidade.  

Em 2025, a Via Sacra mergulha em sua própria trajetória com o tema “Da Poeira aos Palcos: Um Diálogo entre os Territórios”. A escolha resgata as origens do Grupo Grita, que celebra 50 anos, e do bairro do Anjo da Guarda, ambos nascidos da poeira, do barro e da força coletiva de um povo que precisou se reinventar. A poeira representa a luta inicial, a incerteza e a resistência; o palco simboliza a conquista, a visibilidade e o reconhecimento da arte como um espaço legítimo de expressão.  

O bairro do Anjo da Guarda nasceu da necessidade de reconstrução. Após um incêndio no Bairro do Goiabal, muitas famílias precisaram buscar um novo lar. A ocupação da região deu origem a um dos mais importantes territórios criativos de São Luís. Antes de se chamar Anjo da Guarda, o local era conhecido como Itapicuraíba, que significa “Pedra Miúda de pequeno Igarapé”. Hoje, o bairro é um celeiro cultural, berço de artistas, músicos, poetas e grupos teatrais.  

Dias 17 e 18 de abril: As Ruas Viram Palco 
O espetáculo acontece nos dias 17 e 18 de abril de 2025, às 18h, pelas ruas do Anjo da Guarda, transformando o bairro em um grande palco a céu aberto. A Via Sacra mobiliza centenas de atores, diretores, técnicos e voluntários, além de atrair milhares de espectadores, impulsionando o comércio local e fortalecendo os laços comunitários.

  

Grupo Grita: 50 Anos de Arte e Resistência 
O Grupo Grita é a espinha dorsal desse movimento cultural. Há cinco décadas, plantou as primeiras sementes desse território criativo, transformando ruas e praças em palcos de resistência e arte. O que começou como um sonho de poucos, hoje é uma tradição viva, um símbolo da capacidade do povo maranhense de contar suas histórias e ocupar espaços por meio da cultura.  

A Via Sacra é mais do que um espetáculo: é um patrimônio vivo do Anjo da Guarda. A cada ano, reafirma a importância do teatro comunitário como ferramenta de transformação.