Os espaços culturais que integram o Instituto Cultural Vale participam da 19ª Primavera de Museus, mobilização nacional que este ano tem como tema “Museus e Mudanças Climáticas”. De 21 a 28 de setembro, atividades culturais gratuitas acontecem em Canaã dos Carajás, São Luís, Belo Horizonte e Vitória. 

A Primavera dos Museus é uma temporada cultural nacional coordenada Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Nesta edição, o tema “Museus e Mudanças Climáticas” reforça o papel dos museus como espaços de preservação, diálogo e mobilização frente a um dos grandes desafios dos tempos atuais. 

MINAS GERAIS 

Em Belo Horizonte, o Memorial Minas Gerais Vale promove uma edição especial do Quintal do Memorial, que marca o aniversário de 5 anos do Instituto Cultural Vale e abre a programação da Primavera dos Museus. No domingo, 21 de setembro, com entrada gratuita, o público poderá assistir ao espetáculo “De Tempo Somos – um sarau do Grupo Galpão” e aproveitar uma discotecagem afro groove das DJ’s dJota e Shaitemi Muganga, na Praça da Liberdade, em frente ao Memorial. A programação começa às 13h e o espetáculo teatral tem início às 19h, transformando a noite em uma grande celebração. 

Com mais de 40 anos de trajetória, o Grupo Galpão, que tem patrocínio máster do  Instituto Cultural Vale, leva ao Quintal do Memorial um espetáculo que une música, teatro e poesia. Criado em 2024, o Quintal do Memorial ocorre uma vez por mês aos domingos, sempre com programação gratuita.  

ESPÍRITO SANTO 

Nos dias 23 e 24 de setembro, o Museu Vale realiza a 8ª edição dos Encontros com a Arte Contemporânea, no Teatro da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo). Com a temática “Corpo-território: atos criativos de resistência e reinvenção”, o evento propõe reflexões sobre a arte e as humanidades como agentes de transformação social. O evento é gratuito. 

A programação reúne pensadores, artistas e pesquisadores de diferentes áreas, como Olinda Tupinambá, Kamikia Kisedje, Ynaê Lopes dos Santos, Renato Noguera, Sarita Themônia e Berna Reale, com mediações de Raquel Garbelotti, Isabella Baltazar e Gabriela Sobral. 

O encerramento será marcado pelo show de Letrux, no formato voz e violão, que conecta a força da música à proposta de reflexão e reinvenção deste encontro.  

PARÁ 

Já a Casa da Cultura de Canaã dos Carajás destaca vozes indígenas, quilombolas, ribeirinhas, crianças, artistas e pesquisadores locais, buscando ser um “patrimônio estratégico para a ação climática”, como propõe a Primavera dos Museus.  

Com curadoria do designer e pesquisador paraense Jonathan Camelo, a exposição “Iconopop Amazonista” traz uma reflexão inédita sobre o encontro entre a iconografia amazônica e a estética visual do tecnobrega. A mostra apresenta fotografias, figurinos e instalações que dão forma ao conceito de ribeirinho futurismo, termo que conecta tradições ribeirinhas à modernidade urbana e às influências das festas de aparelhagem. A exposição fica em cartaz até 3 de janeiro (exceto domingos e feriados).  

De 24 a 26, a 9ª edição da Mostra de Cinema da Amazônia traz curtas, médias e longas que abordam povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e fatos históricos da região. O evento inclui sessões formativas e a tradicional sessão infantil ao ar livre. Criada em 2005, a Mostra se tornou referência na valorização do cinema amazônico. Dias 24, 25 e 26, as sessões vão das 9h às 12h e das 14h às 17h30 na Casa da Cultura. No dia 24, às 19h, acontece a Sessão Infantil, na Praça Virgem de Guadalupe (em frente à Casa da Cultura) 

MARANHÃO 

E o Centro Cultural Vale Maranhão, no Centro Histórico de São Luís, também promove programações especiais. Nos dias 24, 26 e 27, às 16h, a Mostra de Cinema Espanhol inclui filmes de temáticas variadas, como “Nas Margens”, que aborda questões de vulnerabilidade social e crise econômica, temas intimamente conectados aos impactos desiguais das mudanças climáticas nas populações periféricas e marginalizadas. Já no dia 25, às 19h, o CCVM recebe a apresentação do Bumba Boi em Um Novo Caminhar. 

E no dia 27, às 16h, promove uma visita mediada à exposição Resistências Originárias, com obras da fotógrafa belga Christine Leidgens, que, ao longo de décadas, registrou comunidades tradicionais na América Latina e África, destacando formas de vida baseadas na coletividade, no respeito à natureza e em práticas sustentáveis. Essas comunidades – como os trabalhadores indígenas da Bolívia, o povo Piaroa da Venezuela e o Quilombo de Frechal, no Maranhão – mantêm vivas tradições ancestrais profundamente conectadas ao equilíbrio ecológico e à gestão sustentável dos recursos naturais.