O Maranhão estará presente em um dos maiores palcos de arte contemporânea do mundo: a 36ª Bienal de São Paulo. O Tambor de Crioula da Floresta do Mestre Apolônio – “Prazer de São Benedito”, fundado em 1980, foi convidado pela Vale, por meio do Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM), para representar a força da cultura popular maranhense no evento. A apresentação será no próximo domingo, dia 7, às 11h30, na Varanda Bienal, palco que trará programação cultural variada, com entrada gratuita.  

Com patrocínio master da Vale, a 36ª edição da Bienal de São Paulo abre ao público no dia 6 de setembro, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, com obras de 120 artistas de todo o mundo, também com entrada gratuita.  

Com sede no bairro da Floresta, em São Luís, o “Prazer de São Benedito” reúne cerca de 50 integrantes, que mantêm viva a ancestralidade desta dança. O grupo tem grande reconhecimento em seu território por seu fundador, Mestre Apolônio Melônio, ser um dos brincantes de Bumba Meu Boi mais antigos e respeitados do Maranhão. 

Para o diretor do Centro Cultural Vale Maranhão, Gabriel Gutierrez, a participação do grupo maranhense reafirma a relevância de uma manifestação de origem africana marcada pelo toque dos tambores, pela dança circular e pela devoção a São Benedito. “A presença do Tambor de Crioula se integra ao conceito da Bienal, que propõe a experiência de outras formas de estar e pensar o mundo, principalmente a partir de lógicas afrocentradas”, aponta Gabriel.  

Reconhecido no Brasil e no exterior como guardião das tradições, o grupo do qual faz parte o Tambor de Crioula da Floresta, nome como também é conhecido, atua também na formação de crianças e jovens, transmitindo saberes de dança, música e artesanato popular. 

“Como maior investidor privado em Cultura do país, a Vale atua para democratizar o acesso à arte e apoiar a diversidade de manifestações artísticas.  Levar o Tambor de Criola para a Bienal de São Paulo faz parte desta estratégia de nacionalização dos investimentos culturais, promovendo o diálogo entre os eixos Norte-Nordeste e Sul-Sudeste e a integração das muitas culturas que formam a nossa”, afirma Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale. 

A dança do Tambor de Crioula é realizada por mulheres, denominadas coreiras, vestidas em saias estampadas, coloridas e amplas, com blusas de renda, colares em diversas cores e a cabeça coberta com o mesmo tecido da saia. Já os coreiros são responsáveis pelo canto e pelo toque dos instrumentos, que são compostos por três tambores rústicos, cuja afinação é realizada diretamente na fogueira.

“Estar na Bienal de São Paulo representa não apenas a valorização de uma manifestação tradicional, mas também a inserção do tambor de crioula no diálogo com a arte contemporânea, em um espaço que reúne expressões artísticas de diferentes linguagens e origens”, sintetiza Nadir Cruz, presidente do Bumba Meu Boi da Floresta, do qual o “Prazer de São Benedito” faz parte. Para Nadir, o convite é um marco histórico: “Coloca o Maranhão em evidência, destacando a riqueza, a diversidade e a potência de sua cultura popular”, finaliza. 

Tambor de Crioula da Floresta do Mestre Apolônio – “Prazer de São Benedito” 

36ª Bienal de São Paulo – Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática 

Data e Horário:  dia 7/9, domingo às 11h30 

Local: Varanda Bienal; Pavilhão Ciccillo Matarazzo (Parque Ibirapuera, portão 3) 

Entrada Gratuita