O Centro Cultural Vale Maranhão abre ao público nesta terça-feira, 14 de fevereiro, às 19h, a exposição Renunciar / Mobi. Ao todo, são 300 fotos escolhidas para compor a mostra inédita sobre o trabalho do fotógrafo maranhense Mobi, que documentou a cidade de São Luís dos anos 70 aos 2000. A curadoria é de Gabriel Gutierrez, diretor do CCVM. 

A mostra apresenta a obra de Mobi em três linhas narrativas: a cidade oficial, berço das transformações urbanas e mobilizações políticas; a cidade marginal, que, embora esquecida, constitui os alicerces para seu funcionamento maior; e as pessoas, agentes que constroem, transformam, assistem e habitam os espaços urbanos. 

O acervo utilizado para compor a exposição pertence ao Instituto Federal do Maranhão e foi digitalizado pelo CCVM. Ao todo 5 mil fotos foram pesquisadas. “Mobi foi um fotógrafo que esteve à margem do que foi amplamente exposto, publicado e divulgado. Ele documentou o que podemos chamar de ‘cidade amazônica’, que é uma cidade complexa, que não cabe nos moldes que estamos habituados a conceber e construir. O trabalho é um manifesto sobre a importância do cotidiano e do humano na conformação e sustentação da urbanidade específica. Por trás dos grandes feitos, são as pessoas que, em profundidade psicológica e de experiência, miram-se nesse grande espelho.  Mobi fotografou a rua, as praças, os edifícios, os bichos e o que encontrava enquanto cidadão, sujeito popular, de São Luís, e revelou a oposição flagrante própria desse espaço urbano”, conta Gabriel. 

Entre as fotografias expostas, destacam-se a cobertura jornalística de momentos políticos como as visitas de Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela e Luiz Inácio Lula da Silva ao Maranhão, além do registro de importante figuras maranhenses, como a médica Maria Aragão, o mímico Gilson César e a cordelista e poetisa Raimunda Frazão, com quem Mobi viveu e trabalhou por 17 anos.  

Foto em preto e branco de uma pessoa dentro da pá de uma retroescavadeira e um outra pessoa abaixada em uma estrutura de madeira.
Foto preto e branca de uma pessoa penteando o cabelo. Ela tem cabelos curtos e crespos.
Imagem preto e branca de uma manifestação. Diversas pessoas caminham em uma rua segurando bandeiras. À frente está uma mulher.
Foto preto e branca de diversas pessoas sentadas em uma sala, prestando atenção em algo que acontece na frente deles
Diversas pessoas estão em uma praça, em frente a uma banca. Eles olham com atenção em direção à câmera.
Duas pessoas estão dançando 
Um homem está deitado em uma cama, enrolado em um lençol.
Uma mulher está com o rosto sério, pousando para foto. Ela usa uma camiseta e tem cabelos curtos.

Complementando a exposição, o documentário inédito dirigido pelo cineasta Beto Matuck apresenta Mobi pelos depoimentos e reações de amigos e de Raimunda, que mergulharam no universo fotográfico do artista, desconhecido até por quem fazia parte de seu ciclo. 

Renunciar / Mobi fica em cartaz até o dia 3 de junho. O Centro Cultural Vale Maranhão fica localizado à Rua Direita, nº 149, Centro Histórico de São Luís. A programação é gratuita. 

Sobre Mobi 

Luiz Gonzaga Araújo Frazão, o Mobi, foi um fotógrafo maranhense nascido em São Luís Gonzaga, em 1953. Iniciou sua carreira em 1978, realizando sua primeira exposição individual, Facetas da Ilha, quatro anos depois. Em sua carreira, atuou em coberturas jornalísticas, esteve à frente da diretoria de promoção da Associação Profissional dos Fotógrafos do Estado do Maranhão, lecionou como professor de fotografia e fundou o Moversarte – Movimento Ecológico Regional de Saúde com Arte, projeto responsável por iniciativas sociais, ambientais e culturais voltadas aos moradores de São José dos Índios, em São José de Ribamar, onde trabalhou até seu falecimento, em 2007. 

Artistas amazônicos 

A exposição “Renunciar / Mobi”, em São Luís, ainda conversa com outra mostra, prevista para estrear em 27 de fevereiro, na Casa de Cultura de Canaã dos Carajás (PA). “Carajás Visuais: Novos Olhares” traz a público a produção das artes visuais da Região de Integração Carajás, no sudeste do Pará, composta por obras de artistas residentes nas cidades de Canaã dos Carajás, Parauapebas e Marabá, com a participação de artistas convidados oriundos da capital, Belém. Tem como objetivo estimular a produção local a partir da conexão com artistas e obras que interagem com o lugar, dando maior visibilidade à produção artística paraense. Trata-se de um conjunto de 20 obras de artes, contemplando a diversidade da produção detectada por meio do mapeamento cultural realizado pelo Pontal Instituto Cultural em 2022. 

Quando: Abertura – 14 de fevereiro, às 19h; Visitação – 15 de fevereiro a 3 de junho, das 10h às 19h.

Onde: Centro Cultural Vale Maranhão – Rua Direita, nº 149, Centro Histórico de São Luís.

Site: www.ccv-ma.org.br

Redes sociais: @centroculturalvalemaranhao