Com patrocínio máster do Instituto Cultural Vale, a 21ª edição da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty acontece de 22 a 26 de novembro, trazendo para o centro de seus debates a pluralidade de visões e sensibilidades que estão em jogo na contemporaneidade. 

Este ano, a Flip tem curadoria de Fernanda Bastos, jornalista gaúcha e editora de livros, e Milena Britto, professora da UFBA. Ambas estrearam na curadoria da Flip em 2022. Além das mesas de debates no auditório, a Flip conta com uma programação paralela que movimenta todo o Centro Histórico. E este ano as sessões do Cinema na Praça recebem reforço da mostra itinerante A Cinemateca é Brasileira, também patrocinada pelo Instituto Cultural Vale, com acervo de títulos nacionais da Cinemateca Brasileira.  

Cartunista, jornalista, dramaturga, poeta, tradutora, crítica literária e multiartista, a paulista Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), conhecida como Pagu, é a homenageada desta edição. Ela atuou ativamente nos movimentos feminista, vanguardista e antifascista. O ativismo da autora e a dedicação à causa proletária, junto ao PCB, rendeu diversas passagens pela prisão, um trauma que deixou cicatrizes em seu estado psíquico. 

Pagu publicou o romance “Parque Industrial” (edição da autora, 1933) sob o pseudônimo Mara Lobo, considerado o primeiro romance proletário brasileiro, e “A Famosa Revista” (Americ-Edit, 1945), em colaboração com Geraldo Ferraz. “Parque Industrial” foi publicado nos Estados Unidos em tradução de Kenneth David Jackson, em 1994, pela University of Nebraska Press, e na França, em tradução e edição crítica de Antoine Chareyre, em 2015. Escreveu também contos policiais sob o pseudônimo King Shelter, publicados originalmente na revista pulp “Detective”, editada pelos Diários Associados. Alguns desses textos foram dirigidos pelo dramaturgo Nelson Rodrigues e depois reunidos em “Safra Macabra” (Livraria José Olympio Editora, 1998). Para o teatro, traduziu grandes autores até então inéditos no Brasil, como James Joyce, Eugène Ionesco, Fernando Arrabal e Octavio Paz. 

Profundamente engajada com as questões sociais e anticonvencional por excelência, a obra de Galvão foi, ao longo do tempo, abraçada por mulheres, feministas, concretistas, marxistas, além das mais variadas correntes artísticas e sociais que enxergam na figura de Pagu um emblema da força feminista e vanguardista. 

Confira a programação em www.flip.org.br 

SOBRE A FLIP 

Desde sua primeira edição, em 2003, a Flip, que foi reconhecida como Patrimônio Histórico Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, é uma experiência única: os encontros promovidos nos cinco dias de Festa são apenas parte de uma manifestação cultural muito mais ampla. São, na verdade, fruto de uma relação que atravessa as ruas da cidade de Paraty em todos os meses do ano. A cada ano, um projeto artístico, arquitetônico e urbanístico é elaborado para promover um novo encontro com o território do qual emerge. A literatura é ferramenta para criar pontes entre diversas formas de arte e conhecimento. 

Pela Flip já passaram autores das mais variadas origens, tendências e linguagens. Entre os nomes internacionais de destaque estão Svetlana Alexijevich, Toni Morrison, J. M. Coetzee, Teresa Cárdenas, Salman Rushdie, Anne Enright, Jonathan Safran Foer, Nadine Gordimer, Karl Ove Knausgård, Ian McEwan, Chimamanda Ngozi Adichie, Amós Oz, Paul B. Preciado e, mais recentemente, a prêmio Nobel Annie Ernaux. 

Além de reunir personalidades do mundo da cultura e literatura para conversas, palestras, lançamentos de livros, entre outras atividades, a Flip promove ações de incentivo à leitura e à formação de novos leitores com um programa educativo para crianças e jovens ao longo de todo o ano, que culmina na celebração da Flipinha e Flipzona. 

21ª Flip – Festa Literária Internacional de Paraty

Data: 22 a 26 de novembro de 2023

www.flip.org.br