Vinte anos de história, com 57 edições, em mais de 12 cidades no Brasil e na Europa, assistido por um público superior a 2 milhões de pessoas ávidas por ouvir ou descobrir o melhor da música nacional e mundial. Sempre com entrada gratuita, esse é o MIMO Festival. Evento que tem como marca principal propiciar a liberdade artística, livre de algemas, valorizando a memória e trazendo a inovação sonora. Já realizou mais de 500 shows em mais de cinco mil horas de música, sempre em busca de ocupar o patrimônio histórico e natural das cidades por onde passa, mantendo a qualidade musical como referência. Este ano, o evento passou por São Paulo e Rio de Janeiro, e, hoje, 19, chega pela primeira vez a Itabira, apresentado e com patrocínio master do Instituto Cultural Vale, em parceria com a Prefeitura de Itabira. 

O poeta Carlos Drummond de Andrade, filho de Itabira, completaria 120 anos em 2022 e as festividades em torno dele fora o mote para levar o MIMO Festival à cidade. Entre as atrações confirmadas, estão Arnaldo Antunes e Vitor Araújo, Simone Mazzer, Don Letts, Jupiter & Okwess e o grupo Gilsons, Orquestra de Câmara da FCCDA, entre outros grandes nomes. Os shows serão no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade e na Concha Acústica, enquanto o concerto do violonista português Manuel de Oliveira será na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.  

Além dos shows, o MIMO Festival em Itabira contará com workshops, Fórum de Ideias, mediado pela jornalista Chris Fuscaldo, Mostra de Cinema, Chuva de Poesia e um Roteiro Afetivo, que terá como ponto de encontro a Casa do Brás e uma visita guiada pelo Centro Histórico de Itabira, conduzida por jovens integrantes do programa sócio-cultural Drummonzinhos.  

A Mostra de Cinema trará filmes com temática musical, como “Lupicínio Rodrigues: Confissões de um sofredor”, dirigido por Alfredo Manevy, no Cinemax. Programação completa no link mais abaixo.  

A Chuva de Poesias, em Itabira, acontecerá nos dias 20 e 21 de maio na Casa de Carlos Drummond de Andrade, também com poemas de mulheres que fazem parte da história da literatura, como Alice Ruiz, Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus, Ana Cristina César, Adriana Versiani dos Anjos e Ana Martins Marques. 

 

20 anos 

Cerca de quatro mil músicos já passaram pelo festival, em concertos memoráveis e de grandes artistas, como Chick Corea, Herbie Hancock, Gilberto Gil, Buena Vista Social Club, Tom Zé, Hermeto Pascoal, Emicida, BaianaSystem, Salif Keita, Egberto Gismonti, Didier Lockwood, Amadou e Mariam, Madredeus, Ibrahim Maalouf, Criolo, Toninho Horta, Elza Soares, Chucho Valdés, Pat Metheny, Ron Carter, Jards Macalé, Baby do Brasil, Emir Kusturica, Richard Bona, Egberto Gismonti, Oumou Sangare, Teresa Salgueiro, Liniker com as Baias e a Cozinha Mineira, Richard Galliano, Guinga, João Bosco, Hamilton de Holanda, Isaac Karabtchevsky e Nelson Freire, entre músicos de todo o mundo. Atrações internacionais, hoje consagradas, foram destacadas no MIMO, como o britânico multi-instrumentista Jacob Collier, o trompetista Ibrahim Maallouf e a londrina Ala.Ni. No festival, os artistas podem ser vistos de muitas formas, além do palco, como nas telas do cinema, em workshops e no Fórum de Ideias, trocando experiências com o público.  

O evento já contou com edições inesquecíveis para muito além das famosas ladeiras de Olinda, que sediou a primeira edição. Ouro Preto e Tiradentes (MG), Paraty (RJ), Recife (PE), João Pessoa (PB), São Paulo, Serra (ES), São Francisco do Sul (SC) e Rio de Janeiro já abrigaram o festival. Além das cidades históricas brasileiras, o festival acontece desde 2016 em Portugal, e passou por cidades como Amarante e Porto. Em 2017, O MIMO dedicou  edição com o line up composto apenas por mulheres e trans, mostrando o tom vanguardista do festival, reconhecido por trazer ao público artistas mundialmente famosos e outros que muitas vezes são desconhecidos do grande público. Na edição de 2015, a cantora Iza, por exemplo, fez uma apresentação no Forte Defensor Perpétuo, em Paraty, onde cantou clássicos do jazz e da MPB. Já o Prêmio MIMO de Música revelou talentos que hoje são artistas consagrados, como o violonista João Camarero, integrante da banda de Maria Bethânia, e nomes como os pianistas Amaro Freitas e Antonio Guerra.  

A comemoração dos 20 anos contará com espetáculos em patrimônios históricos e naturais, Chuva de Poesia e outras ações educativas, proporcionando uma interatividade entre os artistas e o público, uma vez que a troca de experiências sempre foi uma proposta do MIMO. Mais de 30 mil alunos foram beneficiados na Etapa Educativa do festival, em cerca de 600 horas de aula.    

“É um desafio e um prazer enorme realizar cada edição do MIMO, pois, além da importante colaboração dos patrocinadores, é preciso muita dedicação e assertividade. Manter um evento gratuito com esta qualidade artística, oferecendo o que há de mais interessante na cena musical do Brasil e do mundo na atualidade – sejam as novas tendências ou artistas consagrados – requer perseverança e muito suor, meu e de toda a equipe. Só sei dizer que amo o que faço e que é revigorante demais ver o resultado final: como a plateia pulsa, reage e é contagiada pela energia única que só o MIMO proporciona”, afirma Lu Araújo, idealizadora e diretora do MIMO Festival.